De acordo com os indicadores apurados pela Netimóveis Brasil, os preços dos aluguéis residenciais parecem indicar um novo movimento. Desde o início de 2016 os preços interromperam a sua trajetória de queda e já apresentam alguns casos de reajustes positivos. Na média os preços ainda perdem da inflação, como demostra a apuração da Fundação IPEAD, segundo a qual os preços dos aluguéis em Belo Horizonte apresentaram uma elevação média de 0,02% contra uma inflação de 0,58%. Já na apuração da Netimóveis, os aluguéis residenciais apresentaram um ajuste positivo médio de 0,45% em abril, muito próximo da inflação no período.
No trimestre, os ajustes continuam perdendo da inflação, mas tanto os dados apurados pela Fundação IPEAD quando da Netimóveis apontam para uma reversão. Os contratos vencidos neste primeiro trimestre foram, em sua grande maioria, reajustados pelo índice contratual. No caso dos contratos reajustados pelo IGPM (absoluta maioria dos contratos vigentes) com vencimento em junho, serão reajustados em 11,09%, índice acumulado dos 12 meses anteriores. Isso pode indicar que teremos um cenário de alinhamento com a inflação, tendendo claramente para uma nova recuperação.
Já no caso dos aluguéis comerciais, os preços continuam deprimidos. Embora o mercado já tenha precificado a crise, incorporando descontos expressivos em relação aos preços praticados até o final de 2014, a oferta continua barrando novos aumentos. No entanto, cabe observar que esse mercado sempre reage em seguida ao residencial. Considerando a previsão de queda da inflação pelo Banco Central (já detectada) e consequente redução da Selic (prevista em pelo menos 1 ponto percentual em 2016), poderemos testemunhar uma reação desse mercado ainda no segundo semestre deste ano.
Ariano Cavalcanti de Paula
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